IX Congresso Rondoniense de Cardiologia, 14º Simpósio Hipertensão Arterial Sistêmica e 1º Simpósio Multidisciplinar de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

Cor Triatriatum Sinistrum em Adulto: Um Relato de Caso

Introdução

O Cor Triatriatum Sinistrum (CTS) é uma rara malformação cardíaca congênita em que o átrio esquerdo apresenta duas câmaras divididas por uma membrana fibromuscular fenestrada, sendo que a câmara proximal recebe as veias pulmonares, e a distal abriga a válvula mitral e o apêndice atrial esquerdo. A CTS ocorre em 0,1% das cardiopatias congênitas diagnosticadas clinicamente e em 0,4% das autópsias. Em relação à população geral, a prevalência é inferior a 0,004%. A apresentação clínica depende do tamanho e do número de fenestras que comunicam as câmaras, sendo dispneia, ortopneia, hemoptise, dor torácica e congestão o quadro clássico. Embora a CTS possa ser uma lesão isolada, é comumente ligada a outras malformações cardíacas. Cerca de 75% das pessoas com essa condição não tratada morrem durante a infância devido a complicações como edema pulmonar e insuficiência cardíaca.  

Descrição do caso

Paciente masculino, 56 anos, procurou o serviço de Pronto Atendimento do Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco encaminhado do interior por quadro agudo de dispneia classe III da New York Heart Association, astenia e síncope, trouxe consigo laudo de ecocardiograma transtorácico realizado em Santa Cruz, Bolívia, que evidenciava achado compatível com “Triatriatrum Sinistrum”. O paciente refere início dos sintomas há 6 meses com dispneia, síncopes paroxísticas, sem pródromos ou precordialgia. Possui como antecedentes: Hipertensão Arterial Sistêmica, Diabetes Mellitus Tipo 2 e Hérnia inguinal. Faz uso de metformina, carvedilol e espironolactona. Durante o atendimento foi realizado eletrocardiograma, evidenciando ritmo regular com extrassístole ventricular, onda P alargada, sem supradesnivelamento de ST. O ecocardiograma transtorácico evidenciou aumento do átrio esquerdo (46ml/m2) e presença de membrana fenestrada que divide a cavidade em duas, átrio direito (37ml/m2), fração de ejeção de 56% pelo método de Teichholz, regurgitação mitral discreta e ausência de sinais de hipertensão pulmonar. Após estabilização, o paciente foi avaliado pela Cirurgia Cardiovascular, com indicação de intervenção cirúrgica, e encaminhado para o Hospital Santa Juliana em Rio Branco-Acre. 

Conclusões

Embora a CTS tenha uma prevalência reduzida, é crucial a identificação dos casos, principalmente como diferencial de doenças cardíacas congênitas na infância, uma vez que apresenta elevada mortalidade, sendo que a maioria dos indivíduos não sobrevivem até a vida adulta.  

Área

Cardiologia

Autores

Teynan Antônio Nunes da Silva, Carla Cailane Cenci Silva, Matheus Neri Santiago dos Santos, Dickson Venegas Justiniano, Natália da Silva Freitas Marques