IX Congresso Rondoniense de Cardiologia, 14º Simpósio Hipertensão Arterial Sistêmica e 1º Simpósio Multidisciplinar de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

HAS precoce e complicações do futuro reprodutivo: relato de caso

Introdução

INTRODUÇÃO: A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), desde a infância, apresenta impacto negativo no futuro reprodutivo das mulheres, implicando em desafios substanciais que requerem atenção na contracepção e na orientação pré-concepcional. Na gestação, associa-se à pré-eclâmpsia e à restrição de crescimento fetal, exigindo monitoramento cuidadoso e intervenções terapêuticas preventivas. 

Descrição do caso

RELATO DO CASO: Paciente feminina, 18 anos, parda. Inicialmente, aos 14 anos, apresentou mal súbito associado à precordialgia e cefaleia occipital. Foi avaliada pelo cardiologista em razão de monitorização de pressão arterial (MAPA) com média de 160x90mmHg, quando iniciou Nebivolol. Posteriormente, foi submetida à Ecocardiografia, que constatou hipertrofia ventricular esquerda concêntrica. Ressonância Magnética das artérias renais, sem particularidades. Foi admitida em consultório referindo cefaleia, tontura e dispneia aos exercícios, realizada troca terapêutica para Captopril e Hidroclorotiazida, entretanto, sintomas persistiram e níveis pressóricos se mantiveram em 140x90mmHg. A investigação diagnóstica teve sequência com Angiotomografia de Aorta, normal. Aos 16 anos, após 2 anos de terapêutica com intervalos de bom controle, e outros ruins, iniciou-se combinação tripla (Perindopril/Indapamida/Anlodipino), com controle adequado da pressão arterial até os dias atuais. Teve menarca aos 10 anos e iniciação sexual aos 16 anos, IMC: 24 kg/cm³, como contraceptivo, utiliza preservativo por não ter recebido orientação na escolha do método, no entanto, diante da patologia já existente, a genitora expressava preocupação quanto à possibilidade de gestação.

Conclusões

DISCUSSÃO: Durante o ciclo de vida, infância, adolescência e vida adulta, os níveis pressóricos representam um marcador de risco global a ser considerado na atenção integral à saúde da mulher. Considerando que a adolescente apresentava lesão em órgão-alvo, demonstrando elevação pressórica de longa data, achado que eleva o risco cardiovascular (CV) na vida adulta, que permaneceu por 2 anos utilizando preservativo exclusivamente e presumindo ainda, que sofrerá agravo dos riscos diante de sobrecarga volumétrica, na ocorrência de gestação. Neste sentido, apresentamos um alerta para que prestadores de serviço da rede básica, sejam treinados para auxiliar usuários do sistema de saúde na prevenção de gestação não planejada, oferecendo alternativas seguras, considerando os critérios de elegibilidade para tomada de decisões. 

Área

Cardiologia

Autores

Francesco Barcellos Gemelli, Giovanna Barcellos Gemelli, Sara Nobre, João Roberto Gemelli, Ivanice Fernandes Barcellos Gemelli