IX Congresso Rondoniense de Cardiologia, 14º Simpósio Hipertensão Arterial Sistêmica e 1º Simpósio Multidisciplinar de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

Relato de Caso: Angioplastia Coronariana Complicada por Perfuração na Artéria Descendente Anterior

Introdução

A doença arterial coronariana (DAC) é prevalente em pacientes idosos e frequentemente associada a múltiplas comorbidades. Em muitos casos, a DAC exige intervenção médica, sendo a angioplastia percutânea um procedimento relevante para revascularização. Embora seja considerado seguro, pode haver complicações graves, como a perfuração coronariana. Embora rara, com incidência de 0,84%, essa complicação requer intervenção imediata para evitar desfechos potencialmente fatais. Este relato descreve o caso de uma paciente com perfuração da artéria descendente anterior (DA) durante angioplastia, prontamente corrigida com implante de stent revestido.

Descrição do caso

Paciente, 77 anos, portadora de hipertensão, diabetes, insuficiência cardíaca com fração de ejeção de 31% e doença renal crônica. Em 05/09/2024, foi diagnosticada com DAC multiarterial por meio de angiografia. O caso foi discutido pelo Heart Team do Hospital de Base Ary Pinheiro, que indicou angioplastia em dois tempos. A complicação descrita ocorreu durante o primeiro procedimento. Em 11/10/2024, foi realizada angioplastia para tratar a DA, que apresentava lesões, com 80% de obstrução nas porções proximal e distal. Durante a pré-dilatação com balão não complacente (NC Trek 2,0x15mm), ocorreram duas perfurações no segmento distal da DA (IMAGEM 01), com extravasamento de contraste para a cavidade ventricular esquerda. A perfuração foi classificada como tipo IV de Ellis Modificada, caracterizada por extravasamento significativo e exigindo correção imediata. A complicação foi identificada e tratada: reverteu-se a heparina com protamina, mantendo-se um balão insuflado para controle temporário. Em seguida, foi implantado um stent revestido (PK Papyrus SV 2,5x20mm) para selar o extravasamento e evitar complicações maiores. A angiografia de controle confirmou a ausência de vazamentos e fluxo coronário normal. Após o procedimento, a paciente foi encaminhada à UTI, evoluindo sem maiores intercorrências nas 72 horas seguintes. Uma semana após, nova angiografia (IMAGEM 02) mostrou vaso pérvio e sem obstruções na porção distal.

Conclusões

O caso destaca a importância da rápida tomada de decisão e da experiência técnica em complicações durante a angioplastia. A disponibilidade de materiais adequados é essencial para resolver complicações raras, mas graves. A correção imediata da perfuração permitiu evitar desfechos adversos e estabilizar a paciente, que segue em acompanhamento para a segunda etapa da angioplastia e reavaliação das lesões remanescentes.

Área

Cardiologia

Autores

Matheus Henrique da Silva Ono, Sara de Oliveira Nobre, Luiz Henrique Gasparelo