Dados do Trabalho
Título
DESVENDANDO A HIPERTENSÃO ARTERIAL EM CAMPO GRANDE-MS: UMA ANÁLISE LONGITUDIONAL DE 2014 A 2023
Introdução e/ou fundamentos
A hipertensão arterial, caracterizada pela elevação crônica da pressão arterial, representa um dos mais importantes problemas de saúde pública global. Essa condição, multifatorial e frequentemente assintomática, acomete milhões de pessoas em todo o mundo, comprometendo significativamente a qualidade de vida e sobrecarregando os sistemas de saúde. A complexidade dos mecanismos fisiopatológicos envolvidos na hipertensão exige uma abordagem multidisciplinar para a identificação de fatores de risco modificáveis e o desenvolvimento de estratégias eficazes de prevenção e controle.
Objetivo(s)
Estudar a morbimortalidade por hipertensão arterial e a prevalência nas internações hospitalares na rede pública de saúde de Campo Grande-MS, entre os anos de 2014 e 2023.
Métodos
Estudo retrospectivo, descritivo e quantitativo, com utilização de dados secundários (SIH/SUS) DATASUS, pertencentes aos casos de internação por hipertensão arterial em Campo Grande-MS entre 2014 e 2023.Variáveis utilizadas município/unidade federação, sexo, idade, cor/etnia, custos e óbitos, com exclusão de variáveis que não se enquadraram nos critérios pré-estabelecidos.
Resultados
O período analisado (2014-2023) registrou um total de 1.063 internações por hipertensão arterial, com um aumento progressivo a partir de 2021. Os anos de 2022 (n=173) e 2023 (n=189) apresentaram os maiores números de internações. A análise demográfica revelou que a faixa etária entre 60 e 69 anos foi a mais acometida(n=21,35%), embora todos os grupos etários tenham sido representados. A prevalência feminina (54,09%) e da cor parda (53,33%) foi notável. O estudo identificou 59 óbitos relacionados à hipertensão, com uma média de internação de 8,1 dias e um custo total de R$ 1.651.350,07 em serviços hospitalares.
Conclusões
A análise dos dados revela uma preocupante prevalência de internações por hipertensão arterial em todas as faixas etárias, com destaque para mulheres entre 60 e 60 anos, autodeclarados da raça parda. A intensificação da demanda por serviços de saúde, especialmente após a pandemia de COVID-19, evidencia a urgência de implementar políticas públicas robustas para o controle da hipertensão. O fortalecimento da Atenção Primária à Saúde, com ênfase no acesso universal a medicamentos, acompanhamento regular e educação em saúde, é fundamental para reduzir o impacto dessa doença crônica e prevenir complicações graves.
Área
Cardiologia
Autores
NILZA ROSA TEIXEIRA, MARIA ISABEL ROSA TEIXEIRA