IX Congresso Rondoniense de Cardiologia, 14º Simpósio Hipertensão Arterial Sistêmica e 1º Simpósio Multidisciplinar de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

Síndrome do Roubo da Subclávia em Paciente Candidato à Cirurgia de Revascularização do Miocárdio

Introdução

A Síndrome do Roubo da Subclávia (SRS) é uma condição vascular caracterizada pela oclusão da artéria subclávia proximal ou do tronco braquiocefálico, com inversão do fluxo da artéria vertebral ipsilateral distal à estenose. Passível de complicações isquêmicas no sistema vertebrobasilar e do membro superior, pode desencadear tontura, síncope, claudicação do braço afetado, além de outras complicações neurológicas, especialmente mediante esforço físico. A aterosclerose é sua causa mais comum, afetando predominantemente idosos com fatores de risco como hipertensão e diabetes (HAS e DM2), doença arterial obstrutiva periférica e doença arterial coronariana (DAC).

Descrição do caso

Homem de 57 anos, procedente do interior do estado. Portador de DAC multiarterial grave, HAS e DM2, dislipidemia, DPOC. Dois episódios de infarto agudo do miocárdio (em 2022 e 2024), cujo cateterismo cardíaco evidenciou oclusão completa da coronária direita, descendente anterior e circunflexa, bem como lesão obstrutiva grave no terceiro ramo marginal (MG3). Encaminhado para a capital a fim de avaliar a terapêutica mais adequada. Exames complementares revelaram ampla doença aterosclerótica extra-coronária. A ecografia de vasos cervicais indicou obstrução da artéria vertebral esquerda proximal devido à inversão do fluxo sanguíneo em direção caudal e aumento da sua resistência, achados compatíveis com SRS. Angiotomografia de aorta demonstrou ateromatose e oclusão segmentar do terço proximal da artéria subclávia esquerda, achado este que contraindicou o uso da artéria mamária interna esquerda (AMIE) em cirurgia de revascularização do miocárdio (CRVM). Optou-se pelo tratamento percutâneo, o qual não obteve sucesso devido à elevada carga de calcificação das artérias coronárias. Desse modo, a CRVM com uso da artéria radial direita tornou-se opção, em detrimento da AMIE. O paciente encontra-se sob terapêutica clínica, hemodinamicamente estável, aguardando transporte para tratamento fora do domicílio (TFD).

Conclusões

A complexidade da SRS com a oclusão da artéria subclávia compromete o adequado fluxo arterial, agravando quadros isquêmicos em pacientes vulneráveis. Em casos de coronariopatia grave que possuam indicação de CRVM, a existência da SRS impacta no planejamento do procedimento devido ao comprometimento do fluxo na AMIE, enxerto que é amplamente utilizado na cirurgia e que garante ao método melhores resultados a longo prazo. É essencial, portanto, que eventual diagnóstico da SRS seja considerado em pacientes candidatos à CRVM.

Área

Cardiologia

Autores

Násser Cavalcante Hijazi, Thaís Souza Gonzales, Carolina Nazif Rasul, Mariana Menezes Rondon, Guilherme Luiz Castiel Erse