Dados do Trabalho
Título
Panorama da Angioplastia Coronariana na Região Norte do Brasil: Análise dos Desfechos Clínicos, Custos e Internações de 2018 a 2022
Introdução e/ou fundamentos
A angioplastia coronariana é um procedimento minimamente invasivo amplamente utilizado no tratamento de doenças coronarianas, caracterizadas pelo estreitamento ou obstrução de artérias que irrigam o músculo cardíaco. Com o aumento da prevalência de condições como a aterosclerose, que resulta em infarto e outras complicações cardiovasculares, a angioplastia se destaca como intervenção crucial para restaurar o fluxo sanguíneo e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Objetivo(s)
Identificar padrões clínicos e epidemiológicos em pacientes que realizaram angioplastia na região norte do Brasil, avaliando os desfechos clínicos, custos e necessidade de internações.
Métodos
Estudo seccional retrospectivo e descritivo, com dados coletados no Sistema de Informações Hospitalares, sobre pacientes submetidos à angioplastia coronariana na região norte do Brasil de 2018 a 2022. Analisaram-se variáveis como o tipo e duração da internação, o caráter do procedimento, os desfechos, a principal causa, a utilização de UTI e os custos do tratamento.
Resultados
Amostra 70% masculina e majoritariamente idosa (60-69 anos). Alta prevalência de pacientes que se identificam pardos (59,4%) evidencia vulnerabilidade sociodemográfica. Angioplastia de emergência realizada em 69,3% dos casos, indicando gravidade importante. A mortalidade concentrou-se em homens (64,2%) e a faixa etária mais prevalente foi 60-79 anos (54,1%). O custo médio por paciente apresentou variação, sendo maior em Rondônia (R$5.966,03) e menor no Acre (R$4.556,69). O Pará liderou o número de procedimentos (39,4%). Maioria das internações de curta duração, com necessidade de UTI por 1 a 3 dias para 63,7% dos pacientes.
Conclusões
A interrupção das angioplastias durante a pandemia revelou fragilidades no sistema de saúde da região norte do Brasil, enfatizando a necessidade de estratégias em crises que assegurem a continuidade do atendimento cardiovascular. Melhorias na assistência exigem ações preventivas e amplo acesso a serviços especializados, com foco em programas de controle de fatores de risco, especialmente entre pacientes homens. Numerosos atendimentos emergenciais sugerem que muitos pacientes se apresentam em estágios avançados da doença, reforçando a importância de políticas de prevenção e diagnóstico precoce. A análise do custo hospitalar e utilização de UTI sublinha a necessidade de gestão eficiente e investimento para garantir um tratamento equitativo, orientando políticas de saúde que visem a melhoria dos resultados cardiovasculares na região.
Área
Cardiologia
Autores
Sara da Costa Morais, Eugênio Lívio Teixeira Pinheiro, Bruno Ernesto Braun Santos, Carolina Nazif Rasul, Marcus Vinicius Infante, João Victor Batista Pires, Guilherme Bichara Martins, Gabriel Fernandes Santos, Guilherme de Miranda Siqueira, Leandro Felipe Costa, Maria Heloísa Barbosa do Vale, Max William Evangelista da Silva