Dados do Trabalho
Título
INTERNAÇÕES POR DOENÇA REUMÁTICA CARDÍACA CRÔNICA EM RONDÔNIA: UM ESTUDO ECOLÓGICO COMPARATIVO COM ESTADOS DO NORTE NA ÚLTIMA DÉCADA
Introdução e/ou fundamentos
A doença reumática cardíaca crônica (DRCC) compreende as insuficiências e estenoses valvares, principalmente mitral e aórtica, e as miocardites, endocardites e pericardites reumáticas, como complicações da febre reumática, responsável por comprometimento cardíaco importante. As sequelas crônicas e incapacitantes geram custo socioeconômico para sistemas de saúde de países em desenvolvimento, como o Brasil, devido às múltiplas internações e cirurgias de tratamento.
Objetivo(s)
Comparar as internações e a tendência temporal das internações por DRCC em Rondônia (RO) com os demais estados da região Norte, bem como delinear o perfil epidemiológico do estado (RO).
Métodos
Estudo ecológico descritivo utilizando dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS) de 2014 a 2023, referentes à DRCC (CID-10 I05-I09). As variáveis analisadas incluíram ano de atendimento, número de internações, taxa de internações (por 100.000 habitantes) dos estados e municípios, sexo, idade e caráter de atendimento. A análise estatística foi realizada com teste ANOVA, teste de Tukey como post-hoc e Regressão Linear Simples, utilizando o software Statistics Kingdom.
Resultados
A análise das taxas de internações por 100.000 habitantes da região Norte, pelo teste de Tukey, demonstrou que RO apresentou uma taxa significativamente menor em comparação ao AC (p < 0,05), sem diferença significativa em relação aos demais estados. Ao calcular o índice de internações por 100.000 habitantes nos municípios de RO, destacam-se as cidades de Primavera de Rondônia (n= 130,04), seguida de Seringueiras (n= 58,04). Os resultados da regressão linear mostram uma tendência significativa de decréscimo na taxa de internações ao longo dos anos em RO, Roraima (RR) e Pará (PA). No primeiro, a taxa decaiu 0,353 por ano (p < 0,05, R= -0,8613), em RR a redução foi de 0,355 por ano (p < 0,05, R= -0,6989), e em PA houve uma diminuição de 0,057 por ano (p < 0,05, R= -0,7296). Não foram observadas tendências lineares nos demais estados. No perfil epidemiológico, o sexo feminino expressou dado de internação 1,38 vezes maior que o masculino, com faixa etária adulta de 20 a 59 anos concentrando 69,72% dos casos prevalentes nas internações em caráter de urgência, que superam em 3,45 vezes as eletivas.
Conclusões
O diagnóstico precoce possui limitações, de modo que a redução das taxas observada pode estar ligada à melhoria das condições socioeconômicas e à distribuição geográfica da população, além do aumento da adesão ao tratamento preventivo.
Área
Cardiologia
Autores
Júlia Naira Oliveira Andrade, Stephanie de Sousa Lima Costa, Antonio de Almeida Abreu Neto, Larisse Silva Pianna, Lorena Salazar Gonçalves Pinto